Palavras chave: dependência de caminhos, independência de caminhos, primitiva, Teorema de Green - primeira versão

eu mesmo

O objetivo

Descrever uma primeira versão do Teorema de Green e preparar a metodologia para demonstrar o teorema e fazer algumas aplicações do mesmo.

Alterei o texto publicado anteriormente acrescentando exemplos tirados da lista 03. As alterações se encontram na parte final deste texto.

Este teorema é um dos resultados mais importantes do Cálculo multivariado junto com outros teoremas que podem ser considerados extensões ou complementações dele.

O Teorema de Green tem um caso trivial que é fácil de apresentar e provar e, no processo de construir esta versão trivial, eu vou criar um caminho pedagógico para demonstrar a versão geral do teorema.

Há diferenças fundamentais entre o que ocorre em espaços de dimensão 1, a geometria dos domínios das funçoes de uma variável, e o que ocorre quando os domínios das funções é de dimensão maior do que 1, o caso das funções bivariadas que são os objetos do Cálculo II. Uma dessas diferenças fundamentais é muito curiosa e ainda um relativo "mistério" para nós matemáticos: a diferença entre os domínios de dimensão par e os domínios de dimensão impar.
Sabemos de alguns teoremas que valem para dimensão par e não valem (ou tem formulação diferente) para dimensão impar e reciprocamente.

Entretanto, já existe uma diferença fundamental entre sair da dimensão 1 para domínios bidimensionais onde estão definidas as funções bivariadas e o Cálculo II vai explorar estas diferenças.
Eu posso rapidamente mostrar, com a figura seguinte, um problema que vamos encontrar com funçoes bivariadas. Ela mostra um domínio não convexo no plano.
Para começar, um conceito inexistente no Cálculo I - a convexidade.
Antes de prosseguir, vou responder a uma pergunta que você me deveria fazer (até para estimulá-l@ a me fazer perguntas):
E para que precisariamos de figuras deste tipo ?
Primeiro uma crítica à pergunta, "precisariamos" é uma forma utilitarista, extremamente perigosa, de ver o desenvolvimento porque ameaça cortar o desenvolvimento em duas partes: a útil e a inútil. É o infeliz papel dos CNPq's da vida que se dedicam a cortar o desenvolvimento daquilo que, na curta mentalidade dos burocratas que gerenciam a ciência, for inútil.
Eu, por princípio sempre faço esta crítica antes de responder a perguntas deste tipo, mas, ao mesmo tempo, declaro-as bem vindas do ponto de vista de motivação. Infelizmente temos uma necessidade "utilitarista" a nos mover.
Uma resposta bem simples: você já deve ter visto estes veículos incríveis em que circulam os distribuidores de gás engarrafado. Os motoristas que "pilotam" estes veículos e distribuem o produto, sofrem, no trânsito, para levá-los a quem precisa. A figura poderia ser vista como uma visão artística deste tipo de veículos.
O problema com estes veículos
: eles são corpos não convexos e para fazer a sua tração de forma agradável e segura, para os motoristas e também para o resto da população que estiver no trânsito, seria necessário calcular-lhes o centro de massa, que no caso de corpos não convexos, pode ficar fora do mesmo, para colocar a tração no centro de massa que é o local adequado.

Em Cálculo II você vai aprender a calcular centro de massa.

Mostrei-lhe que precisamos de certos conhecimentos, que serão o objetivo desta disciplina, para "disciplinar" a vida comum criando condições adequadas de vida para todos nós - um objetivo político do ensino, ou talvez, simplesmente, ético.

Deixe-me apresentar-lhe rapidamente o plano do trabalho com que vou atingir o objetivo imediato, o Teorema de Green.

Espero que você tenha curiosidade de fazer uma busca na Internet com o nome do teorema para ter uma visão de onde vamos chegar. Você vai ver uma expressão complicada que eu tive alguma dificuldade de entender quando aluno de graduação e eu quero assegurá-l@ de que ela vai lhe ficar inteiramente clara, logo na versão trivial. Deixe-me lhe mostrar qual é plano para as duas próximas aulas: E este o projeto para as duas próxima listas! Até o final delas você estará entendendo tudo o que foi dito neste projeto!

Integral de linha

A integral é uma transformação linear. No Cálculo I você estudou um caso particular que nos interpretamos, corretamente, mas incompletamente, como área. É preciso, agora, expandir esta visão.

O gráfico mostra-lhe a imagem de um círculo sobre uma superfície. Se z = F(x,y) for a equação desta superfície e se S1 for o símbolo que representa um círculo de raio 1 contido no domínio de F então F(S1) pode ser a imagem que você está vendo.

Há alguns cálculos que podemos fazer com este objeto, por exemplo calcular o perímetro de F(S1). Como se trata de uma curva costumamos chamar este cálculo de comprimento de arco. A questão 5 da lista constroi a fórmula para fazer este cálculo, e as questões anteriores @ preparam para chegar lá. As etapas deste processo são: Leia o help do gnuplot para entender melhor como funcionam estes dois modos, o help traz exemplos que você pode executar para adquirir mais experiência: Vou ficar nesta lista com as variedades de dimensão 1 imersas nos espaços 2D ou 3D com o objetivo ver-lhes os gráficos ou cálcular o comprimento do arco.

Comprimento de arco

Os curva orientada e um intervalo de parametrizaçãoelementos que vou precisar para calcular comprimento de arco são: Para calcular o comprimento de arco, uma medida, vamos refazer o cálculo aproximado de integrais.

A figura mostra uma poligonal obtida sobre a curva quando considerarmos uma partição sobre o intervalo de parametrização. O cálculo do comprimento desta poligonal vai nos dar uma aproximação para o comprimento do arco da curva.

Aqui estou mostrando o caso de uma curva fechada e consequentemente a poligonal é um polígono inscrito na curva. Os cálculos servem também quando a curva não for fechada.

O método consiste em transformar a soma dos comprimentos dos lados da poligonal numa expressão que possamos identificar como soma de Riemann para então considerar o limite, quando o número n, quantidade lados, cresce indefinidamente e de maneira uniforme ao longo da curva.

A questão 5 mostra estas contas quando a parametrização da curva é do tipo (t, F(t)) e o gráfico o de uma função do Cálculo I. )

Os cálculos:
soma de Riemann

Mostram a adaptação das contas que se encontram na questão 5 da lista 03 para obter uma soma de Riemann que representa uma aproximação do comprimento de arco da curva. A divisão e multiplicação por

tk - tk-1 faz aparecer a multiplicação pela "delta t" fora da raíz e um quociente que representa a aproximação da derivada de cada uma das coordenadas na equação paramétrica da curva.

As somas de Riemann quando a densidade dos nós no intervalo de parametrização cresce (quando a quantidade de nós cresce de maneira uniforme ao longo do intervalo de parametrização) tem como limite, se a curva for retíficável (integrável) o valor

Se observarmos que na integral se encontra o módulo de um vetor, a raiz quadrada da soma dos quadrados das coordenadas, podemos escrever esta integral de forma mais simples:



Você deve lembrar-se um comentário que fiz acima, as integrais são transformações, neste caso, a derivada de gama é o coeficiente de deformação que foi aplicado ao intervalo [a,b]. Uma curva nada mais é do que uma deformação de um segmento de reta, e o módulo da derivada de suas equações paramétricas o coeficiente de deformação. Esta idéia vai surgir mais adiante quando estudarmos superfícies que serão deformações se regiões planas com o módulo da derivada de suas equações paramétricas servindo de coeficiente de deformação.

Leia este texto do semestre passado, também.

Comentários e exemplos sobre a lista 03

Questão 01

O programa exer03_01.gnuplot foi usado para obter os resultados aqui mencionados. Obtive a seguinte tabela de dados que permite a construção manual da curva de que é objeto a questão 01. E obtive o gráfico da curva e dos vetores tangente em alguns pontos das curvas (indicados na tabela acima) com o script to gnuplot mencionado acima (se encontra no link programas).
Se você observar que a primeira coordenada da derivada é negativa quando
t < -1.5
e a partir deste valor do "tempo" ela é positiva (esta é a primeira coordenada do vetor derivada) então até este "momento" tem uma componente horizontal negativa da derivada e depois a componente é sempre positiva.

Quando
t = -1.5
o vetor tangente tem componente horizontal zero e componente vertical negativa portanto é paralelo ao eixo OY mas na direção negativa deste eixo.

Quando
t = 1.5
sobre a componente vertical da derivada posso dizer que ela é negativa até t = 1 a partir de "quando" ela será sempre positiva.
Quanto t = 1.5 é a componente vertical do vetor tangente que se anula mas a componente horizontal é positiva.
Estes dois pontos do tempo são críticos (quando uma das componentes da derivada se anula), neste caso elas vão determinar dois eixos que limitam a região onde plano onde o gráfico se encontra. Primeiro limpei a memória de "arrow" do gnuplot e depois tracei duas retas passando por estes pontos onde uma das derivadas se anula:

Observe uma diferença importante no estudo das equações paramétricas e no traçado de curvas definidas parametricamente, passamos a analisar separadamente as derivadas de cada componente. Aqui observamos quando cada uma destas componentes é negativa, zero ou positiva. Neste caso foi possível descobrir uma região do plano em que a curva fica toda localizada.

Questão 02

As equações paramétricas, na questão 02, são uma deformação das equações paramétricas do círculo, agora aparecem duas constante positivas multiplicando cada uma das equações. Se fosse a mesma constante, ela poderia ser colocada em evidência e representaria o raio de um círculo. Não sendo assim elas são coeficientes de distorções que transformam um círculo numa elipse. Eis o gráfico:

Questão 03

A base do modo polar no gnuplot não mudou, e nem poderia, mas a sintaxe mudou um pouco e me surpreendou na quinta-feira, em aula, me pegou de surpresa.
Coordenadas polares são (e sempre foram) as equações de Euler:
r (cos(t), sen(t)) = P(r,t) = exp(log(r))exp(it) = exp(log(r) + it)
mas basta que você entenda a o primeiro membro nas equações acima.
Elas se ligam às coordenadas cartesianas pelas equações
num sentido e no outro sentido.
Quer dizer, se conhecermos um ponto P(x,y) com coordenadas cartesianas, podemos escrevê-lo em coordenadas polares calculando r,t a partir do sistema de equações acima. Então t = artan(x/y); r = sqrt(x**2 + y**2) Apenas gnuplot condensa muito a informação. Quando executo
set polar;
gnuplot passa a entender t como um angulo, e quando executo
plot 1
gnuplot entende 1(cos(t), sin(t)) - o círculo trigonométrico.
plot t;
gnuplot entende t(cos(t), sin(t)) que produz uma espiral cujo ponto incial é (0,0) quando t = 0, ou seja, no domínio [0,10] para a variável t. Eu fiz este gráfico na aula de quinta-feira:
definindo uma função f
plot f(t)
produz f(t)*(cos(t), sin(t))
Com isto os itens da questão 03 podem ser entendidos.